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Posts Tagged ‘Ano Novo’

Encante-se em 2012!!

Na minha pré-adolescência sempre ouvia os adultos dizerem que o mundo iria acabar no ano 2000. Como era muito jovem, a previsão catastrófica não me afetava muito já que eu tinha muitos anos pela frente e muitas conquistas a realizar. O tempo foi passando e o famigerado ano 2000 se aproximando… Claro que nesta altura dos acontecimentos o temor (que na realidade nunca existiu… Ou existiu?) foi se abrandando e lá pelas tantas achava tudo muito divertido. O Ano 2012 se apresenta novinho em folha dentro de algumas horas (exatamente 12 horas pelo meu relógio…) e outra previsão do apocalipse paira sobre a cabeça da humanidade. Os Maias prevêem o fim do mundo para o dia 21 de dezembro de 2012 e, diferente da outra previsão, esta não me afetou em nada e nunca parei para pensar seriamente na possibilidade de que isso possa realmente acontecer (bem, nunca se sabe…). Mas não era sobre estas datas apocalípticas que gostaria de escrever neste último dia de 2011. Até porque, ninguém mais leva a sério estas histórias de fim do mundo e tudo mais…

Pensando melhor, acho que é sobre isso mesmo que eu gostaria de tratar nesta reflexão de fim de ano. Não sobre o fim do mundo e estas questões apocalípticas e tudo isso… Mas sobre questões que realmente fazem a diferença na nossa vida e a importância (relativa ou não) que atribuímos as nossas ações, pensamentos e atitudes. Já parou para pensar o quanto perdemos tempo (e energias) cultivando pensamentos e ações por coisas que no fundo, no fundo não possuem a menor importância?  Pois é… E se soubéssemos (e vivêssemos), com a certeza científica, que o mundo realmente iria acabar em 2012? É um exercício interessante esta perspectiva de vida, não é? Imagine viver dando importância ao que realmente interessa e desapegar de coisas (pensamentos e atitudes) que, em última análise, não farão a menor diferença em nossa vida nos próximos anos, nos próximos meses, ou nos próximos quinze dias…

Este tema me leva a refletir sobre “A espada de Dâmocles”. Este mito pertence à cultura grega clássica e conta-nos uma história de fundo moral (como todos os mitos) do cortesão chamado Dâmocles que viveu no reinado de Dionísio I de Siracusa (um tirano do século IV A.C., na Sicília). Dâmocles era um bajulador do rei que acreditava ser muito fácil exercer o poder e levar uma vida afortunada. Um dia Dionísio I ofereceu-se para trocar de lugar com ele apenas por um dia, para que o súdito também pudesse sentir o prazer de toda esta sorte e fortuna. À noite, após um dia inteiro usufruindo os prazeres de soberano, Dâmocles foi homenageado com um grande banquete onde comeu e bebeu à vontade. Lá pelas tantas, viu uma espada afiada suspensa por um único fio de rabo de cavalo diretamente sobre sua cabeça. Imediatamente perdeu o interesse pelo poder e riqueza e abdicou dizendo que não queria nada daquilo. Moral da história: Bem, cada um tem uma moral para esta história… Eu gosto de pensar que Dâmocles dava mais importância a vida alheia do que a sua própria e que desejava aquilo que não possuía e, por esta razão vivia infeliz e insatisfeito. Deixava de levar uma existência feliz perdendo tempo em ser o que não era e ter o que não tinha. Além é claro de retratar a velha questão de que tudo na vida existe responsabilidades inerentes as próprias escolhas e cada um possui a sua quota de dor e alegria. Ou seja, viva com o que você tem e seja feliz com você mesmo.

Assim, a reflexão que gostaria de passar neste final de ano é que não percamos tempo com coisas (e pessoas) insignificantes e que o dia de hoje seja sempre um PRESENTE. Não precisa viver com o temor de que o mundo vai acabar ou que você tenha os dias contados no seu calendário existencial. Muita gente que passou pela experiência de quase morte repensou sua vida e hoje são exemplos de pessoas que dão importância a coisas que antes nem sequer imaginavam importantes. Não desejo que vivamos uma experiência tão traumática no próximo ano. Longe disso… Só espero que possamos viver com a perspectiva do olhar de uma criança, que vibra com alegria a descoberta de um novo dia.

Encanta-se em 2012.

Todos os dias.

Como se cada dia fosse o último.

 

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