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Posts Tagged ‘akhenaton’

O Egiptólogo francês, Christian Jacq é um escritor de sucesso e sua obra consiste, basicamente, em narrar à vida, os costumes e a história do Antigo Egito. Confesso que sou um apaixonado pela obra de Christian Jacq e já li alguns de seus livros. Entre eles estão a Série Ramsés (5 volumes), a Série Pedra da Luz (4 volumes), As Egípcias – Retratos de Mulheres do Egito, O Mundo Mágico do Antigo Egito, A Rainha Sol, Nefertiti e Akhenaton: O Casal Solar e terminei de ler a trilogia A Rainha Liberdade. Estou lendo atualmente O Juiz do Egito – A Pirâmide Assassinada – Vol. I (série composto de três volumes).

A leitura das narrativas do Antigo Egito escritas por Christian Jacq são fascinantes porque ele consegue transpor para as páginas de seus livros todo o encantamento e toda acultura deste povo milenar. Claro que ele narra fatos “reais” com muitos elementos ficcionais que casam perfeitamente bem e que dão ao leitor uma visão bastante “verossímil” da vida e do cotidiano do povo banhado pelo Nilo. Interessante que as suas histórias são repletas de mitos, lendas e a interferência dos “deuses” nos destinos das pessoas comuns e da corte do Faraó levam o leitor a imaginar-se a andar por aquelas ruas e a “acreditar” nos acontecimentos e nos “milagres” das divindades. Assim como acreditavam os Egípcios.

Para tornar sua narrativa mais atraente e sem ter a necessidade de ser didático (afinal, não se tratam de livros de história) Jacq altera um dado aqui e ali… Muda a grafia de alguns nomes e não segue a risca cronologias de fatos reais. Seu objetivo é, antes de tudo, criar uma obra de ficção baseada em fatos reais. Com seu vasto conhecimento sobre o Antigo Egito, ele se utiliza desta sabedoria para criar um pano de fundo bastante amplo e o mais aproximado possível do cotidiano do povo do Egito e assim criar uma atmosfera bastante crível onde possam circular seus personagens e inventar suas histórias. Mas nada que prejudique a visão geral da magia e da cultura deste povo que dominava o mundo nos primórdios da civilização humana.

O Primeiro Volume da Série Rainha Liberdade intitulado “O Império das Trevas” narra o Egito sob o domínio Hicso com o Imperador Apópis a comandar as duas terras (O Baixo e o Alto Egito). Com o povo escravizado e a sua cultura em declínio a princesa egípcia Ah-hotep (em egípcio Iân-Hotep, que significa “a Lua está satisfeita”) resolve lutar contra a tirania hicsa e libertar seu povo do domínio estrangeiro.

Uma luta desigual, diga-se de passagem, já que o país está sob forte domínio e o exército Egípcio inexistente. Ninguém acredita em liberdade e muito menos na possibilidade de lutar com um poder tão avassalador e muito bem preparado e equipado militarmente. Mas Ah-hotep resolve, com a ajuda dos Deuses e de seus amuletos, enfrentar este desafio e tornar seu povo mais uma vez donos de seus próprios destinos.

O Segundo Volume intitulado “A Guerra das Coroas” Ah-hotep continua a não ceder ao domínio de Apópis e a manter Tebas a única cidade que conserva a independência. Para enfrentar o inimigo, a princesa criou uma base secreta onde são formados soldados com capacidade de enfrentar o poderio dos hicsos. No primeiro assalto contra o inimigo, Ah-hotep fica viúva e seu filho mais velho, Kamés é coroado Faraó. Entre uma batalha e outra o exército rebelde vai ganhando forças e algumas batalhas. O povo começa a acreditar que é possível vencer o inimigo e mais soldados e aliados vão surgindo pelo caminho.

Apópis erra ao não dimensionar corretamente as pequenas vitórias da rainha e seu filho faraó e resolve esperar que o exército se aproxime de Auaris (capital Hicsa e centro administrativo do Egito ocupado) para finalmente exterminar os rebeldes. A guerra se estende por longos anos e muitas armadilhas de ambos os lados. Os Deuses interferem a favor de um e a favor de outro nesta guerra de escravos e dominadores, Deuses e humanos… Uma narrativa brilhante dos acontecimentos desta guerra que parece nunca terminar e que é preciso ter fé na liberdade. A guerra pelas duas coroas (a branca e a vermelha) está no auge e as páginas se sucedem numa narrativa brilhante.

 

 

No terceiro e último livro da série, “A Espada Flamejante” os Hicsos continuam a reinar o norte do país com grande brutalidade e Ah-hotep segue conquistando grande parte do sul. Com a vitória de várias batalhas no Sul, o exército dos rebeldes vai tomando coragem para o grande desafio de invadir a fortaleza de Auáris e destronar o imperador Apópis e libertar todo o Egito do jugo Hicso. Entre uma batalha e outra e a divisão do exército para lutar em duas frentes a guerra segue cada vez mais decisiva. Enfrentar Apópis em sua capital e evitar que aliados do imperador venham em seu socorro. Ahmés, o segundo filho da rainha, é agora o novo Faraó, visto que seu irmão Kamés fora envenenado por um espião infiltrado na base rebelde.

A guerra se aproxima do final e o Egito começa a respirar o ar da liberdade. É preciso reconstruir o país, os templos e organizar as festividades e oferendas aos Deuses que ajudaram nesta batalha. A cultura precisa ser preservada e a confraria da Pedra da Luz é criada pela rainha Ah-hotep (este grupo de escultores, pintores e escritores foi amplamente narrado na série A Pedra da Luz).

A coragem de uma mulher que acreditou que era possível vencer um inimigo muito mais poderoso militarmente é à base desta série. Sem a rainha Ah-hotep, o Vale dos Reis não teria existido. O Egito não teria vivido o período de esplendor do Novo Império e muito menos teria conhecido seu mais glorioso faraó: Ramsés, o Grande.

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